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Pertenço, porém, àquela espécie de homens que estão sempre na margem
daquilo a que pertencem, nem vêem só a multidão de que são, senão também
os grandes espaços que há ao lado. Por isso nem abandonei Deus tão
amplamente como ele, nem aceitei nunca a Humanidade. Considerei que
Deus, sendo improvável, poderia ser, podendo pois dever ser adorado; mas
que a Humanidade, sendo uma mera ideia biológica, e não significando
mais que a espécie animal humana, não era mais digna de adoração do que
qualquer outra espécie animal. Este culto da Humanidade, com seus ritos
de Liberdade e Igualdade, pareceu-me sempre uma reviviscência dos cultos
antigos, em que animais eram como deuses, ou os deuses tinham cabeças
de animais.
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